Mitos e Verdades sobre Aleitamento Materno


MITOS E VERDADES SOBRE ALEITAMENTO MATERNO
CONTRIBUIÇÃO: Marisol Chiesa - Gerente de Recursos Humanos - Londrina


1 - leite materno melhor alimento para o bebe?Verdade. 
Por ser rico em água, proteínas e sais minerais, o leite materno 
contém todos os nutrientes que o bebê precisa consumir até o sexto mês de 
vida. Ele ainda ajuda a desenvolver o sistema imunológico da criança e é o 
recurso mais eficiente para protegê-la de alergias e infecções nos primeiros 
meses. Além disso, o ato de sugar trabalha toda a musculatura facial, o que 
facilita o desenvolvimento correto da arcada dentária. Já está comprovado 
que crianças que mamam regularmente até os seis meses falam, respiram e 
mastigam melhor que as demais, além de sofrerem menos com cólicas e de seu 
intestino funcionar de forma mais regular. Pesquisas também mostram que 
amamentar faz muito bem para a saúde da mãe e diminui as chances de ela ter 
câncer de mama ou de ovário.

2 - Meu leite é fraco.Mito. 
Cada mãe produz o leite adequado para as necessidades de seu bebê, 
então, se a criança mama regularmente e está ganhando peso, a mãe pode ficar 
tranquila. O que acontece é uma confusão, já que o leite materno é menos 
encorpado e mais claro que o leite de vaca, mas isso não impede que seja 
rico em nutrientes.

3 - Estresse e nervosismo atrapalham a produção de leite.Verdade. 
Mães que estão passando por situa­ções de estresse ou muita tensão 
produzem uma quantidade anormal de adrenalina, que bloqueia a oxitocina, um 
dos hormônios que influenciam na amamentação. Por isso, elas tendem a 
produzir leite em quantidade insuficiente. Nesse caso, vale a pena consultar 
o pediatra sobre a possibilidade de usar complementação.

4 - Amamentar dói.Nem mito, nem verdade.
 Isso varia conforme a sensibilidade da mãe, mas 
grande parte não sente nada. Nos primeiros dias, é comum a mama ficar 
inchada, o que deixa a região dolorida. Fora esse período, normalmente a 
mulher não sente dor. Caso haja incômodo nos seios, é bom procurar 
orientação profissional porque provavelmente o bebê não está mamando de 
maneira correta, o que deve ser corrigido para acabar com a dor.

5 - É um ótimo anticoncepcional.Nem mito, nem verdade.
 A amamentação aumenta a produção de prolactina, 
hormônio que inibe a ovulação. Mas vale uma ressalva: o efeito 
anticoncepcional só vale nos casos em que o bebê mama regularmente – sempre 
a cada duas ou três horas, todos os dias, inclusive de madrugada. Quando a 
criança começa a espaçar os horários, a mãe precisa voltar a tomar 
anticoncepcionais. Hoje, há produtos compatíveis com a amamentação, que 
podem ser receitados pelo ginecologista.

6 - Silicone atrapalha a amamentação.Mito. 
Nem implante de sili­co­­ne nem mamoplastia compro­metem a produção de 
leite ou costumam interferir na ama­mentação. Mesmo assim é bom avisar ao 
cirurgião plástico, antes da cirurgia, que você ainda pretende ter filhos. 
Assim, ele pode escolher a técnica de colocação dos implantes que afete 
menos a amamentação. Também é bom alertar o pedia­tra sobre a cirurgia, o 
que o aju­da a ter cuidado redobrado no acompanhamento do peso do bebê.

7 - Pegar sol nos seios ajuda.Verdade. 
O contato com os raios solares aumenta a produção de vitamina D no 
corpo, o que fortalece a pele do seio e ajuda a evitar e a cicatrizar 
rachaduras nos mamilos. O ideal é começar a tomar sol ainda durante a 
gestação e manter o hábito durante o período de amamentação, por dez 
minutos, duas vezes ao dia, antes das 10 horas ou depois das 16 h.

8 - Exige uma série de adaptações no cardápio da mãe.Mito. 
A recomendação é que a mãe siga um cardápio variado, rico em verduras, 
legumes, frutas, cereais integrais e carnes magras e pobre em produtos 
industrializados, gorduras, açúcares, sódio e condimentos. A única ressalva 
vai para leite e derivados e chocolate. O ideal é não abusar, já que eles 
geram cólicas no bebê.

9 - O tipo de parto interfere na amamentação.Mito. 
Tanto mulheres que fizeram cesariana quanto as que tiveram parto 
normal po­dem amamentar, e a anes­­tesia não influencia no proces­so de 
produção de leite. O que pode influenciar é que, no caso de mães que estão 
sentindo muita dor – devido a problemas de cicatrização, por exemplo –, há 
uma demora maior na descida do leite para os seios. Mas, na maioria dos 
casos, entre o terceiro e quarto dia após o parto, a mulher já tem leite 
suficiente para amamentar o bebê normalmente.

10 - Acelera a perda de peso da mãe.Verdade.
 Mantendo uma dieta rica e balanceada, a mãe que amamenta de maneira 
exclusiva nos primeiros meses volta mais rapidamente ao seu peso normal, já 
que o corpo gasta cerca de 700 calorias todos os dias somente para produzir 
leite para o bebê. Mas vale uma ressalva: não adianta comer demais ou 
errado. A amamentação ajuda, mas não faz milagres, e é preciso seguir uma 
dieta balanceada. A mãe ainda tem menos risco de hemorragia pós-parto e 
sofre menos com cólicas, já que, durante a amamentação, o útero se contrai e 
vai voltando ao normal.

11 - A criança deve mamar a cada duas ou três horas.Mito. 
Não há uma regra e a periodicidade varia conforme o bebê. A única 
recomendação é que a mãe ofereça o leite em “livre demanda”, ou seja, toda 
vez em que o bebê sentir fome. Algumas crianças, com o passar das semanas, 
vão criando seu próprio horário e é comum quererem mamar a cada duas ou três 
horas, mas é importante que a mãe não restrinja a amamentação caso o bebê 
prefira mamar em um intervalo maior ou menor de tempo. De qualquer forma, é 
bom ficar de olho: se ele quer mamar a cada hora, é provável que esteja 
ingerindo pouco leite e é bom pedir orientação a um profissional para 
identificar o problema. Outra ressalva é que bebês que dormem demais devem 
ser acordados a cada quatro horas para mamar. Isso evita casos de 
desidratação, icterícia e hipoglicemia.

12 - É preciso revezar os dois seios para amamentar.Mito. 
O ideal é que a mãe não interrompa e deixe o bebê mamar à vontade no 
primeiro seio. Isso é importante porque somente depois de alguns minutos o 
bebê consegue atingir o leite posterior, uma porção rica em açúcar e gordura 
que ajuda a criança a se saciar mais rápido e a ganhar peso. Se ele não 
chega a essa parte, acaba sentindo fome mais rapidamente e tende a acordar 
várias vezes ao longo do dia para mamar de novo. Caso ele se sacie com 
somente um seio, ela pode fazer a retirada do leite da outra mama, para não 
sentir dor, e fazer a doação desse material.

13 - Amamentar aumenta os seios, mas os deixa caídos e flácidos.Nem mito, nem verdade. 
Isso varia conforme o corpo da mulher, mas existe uma 
tendência de os seios ficarem flácidos não pela amamentação, mas pelo 
próprio processo de mudança do corpo que acontece durante a gravidez, pois a 
mulher ganha peso durante a gestação e, quando volta ao peso normal, é comum 
a pele apresentar flacidez. Também não é regra que os seios vão ficar 
maiores do que antes da gestação. Há casos de mulheres que chegam a ganhar 
dois ou três números na medida do sutiã depois de amamentar, mas também é 
comum o inverso e os seios ficarem menores do que antes.

14 - Produzo leite demais (ou de menos).Nem mito, nem verdade. 
Na maioria dos casos, a quantidade de leite produzida 
pela mãe é a ideal para satisfazer o bebê. Porém, algumas mulheres produzem 
um pouco a mais, e esse excedente deve ser sempre retirado da mama para 
evitar dor e desconforto. Uma opção é doá-lo para bancos de leite. Em 
Curitiba, um dos principais é o do Hospital de Clínicas (HC). O oposto 
também pode acontecer. Cerca de 2% das mulheres produzem menos leite que o 
ideal, ou por situações de estresse, por problemas de saúde ou devido a uma 
combinação de alimentação errada e de falta de repouso.

15 - Amamentar é fácil.Mito. 
Amamentar é cansativo e exige muita paciência, principalmente no 
início, até que a mãe se recupere do parto e ela e a criança se adaptem ao 
processo, mas vale a pena. Uma dica para tornar esse momento mais fácil é 
participar de um curso para gestantes, ainda durante a gravidez, para tirar 
dúvidas e aprender detalhes que ajudam na rotina com o bebê.

16 - Fortalece o vínculo de mãe e bebê.Verdade. 
Quem já amamentou sabe: esse momento rende uma troca de carinho 
grande entre mãe e bebê e fortalece os laços entre os dois. Segundo as 
espe­cialistas, mesmo mulheres que passaram por gestações difíceis – 
inclusive as que estavam frus­tradas com uma gravidez não-planejada –, 
tendem a se apegar ao bebê quando começam a amamentar.

17 - Canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite.Mito. 
Não existe relação entre a ingestão de alimentos e o aumento ou 
diminuição da produção de leite. O que aumenta a quantidade de leite é a 
sucção regular da criança, portanto quanto mais ela mamar, mais leite a mãe 
vai produzir. Como o estado psicológico da mãe também influencia, vale a 
pena ficar calma e aproveitar a hora de amamentar para ouvir uma música, ler 
e ficar em um ambiente arejado e tranquilo.

18 - Quem volta ao trabalho após a licença-maternidade precisa parar de 
amamentar.Mito. 
Isso é relativo. A lei garante que a mãe pode sair uma hora antes do 
trabalho ou realizar um intervalo especial para amamentar até o sexto mês. 
Outra opção é retirar o leite anteriormente, armazená-lo em recipientes 
higienizados e refrigerá-lo. Ele pode ficar guardado por 12 horas na 
geladeira e até 15 dias congelado no freezer. Para descongelar, basta 
deixá-lo em temperatura ambiente por algumas horas ou usar banho-maria.

19 - Amamentação deve ser exclusiva até os seis meses.Verdade. 
O ideal é que a criança seja amamentada de maneira exclusiva até os 
seis e passe a mamar de maneira esporádica até os dois anos. Nesse período, 
a mãe deve intercalar a oferta de alimentos pastosos, sólidos e outros 
líquidos – é bom pedir orientação ao pediatra sobre as melhores opções –, e 
deixar o leite materno para períodos específicos, como só pela manhã ou 
antes de dormir.

20 - Existe uma posição ideal para amamentar.Mito. 
A posição ideal é aquela em que a mãe e o bebê se sentem confortáveis, 
mas algumas dicas ajudam nesse momento. O melhor é que a mãe amamente 
sentada, segure sempre o bebê com a cabeça em seu cotovelo, leve a criança 
até a altura da mama e a mantenha bem próxima do seio, com a boca de frente 
para o mamilo. Note se a criança está com a boca bem aberta, com os lábios 
virados para fora e abocanhando a auréola, e não só o bico do seio, o que 
ajuda a tirar a quantidade de leite adequada.


Fontes: Denise Dapper, enfermeira conselheira em Aleitamento Materno da 
NeoBaby Assessoria em Saúde, e Roselene Molletta Juliatto, técnica de 
enfermagem do banco de leite do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade 
Federal do Paraná (UFPR).






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