Cesariana é melhor para a saúde do bebê e da mãe?

Cesariana é melhor para a saúde do bebê e da mãe?
A decisão da melhor via de parto deve levar em consideração as condições da gestante, do feto e da capacitação do médico, diz ginecologista
Sua Saúde - Folha de Londrina
Cesariana é um ato cirúrgico que consiste na abertura do abdome e da parede do útero para se retirar o feto ali desenvolvido. Sua história é bem antiga e esse conhecimento chegou até nós pelos relatos da mitologia greco-romana e documentos egípcios, persas e assírios. 

As primeiras indicações estavam ligadas a mulheres mortas em estado de gravidez com a intenção clara de salvar o feto que porventura estivesse vivo. Graças a isso, muitas figuras ilustres puderam ver a luz. 

Vêm do período de 1500 a 1600 as primeiras notícias  de uma cesariana feita em uma mulher viva como atitude desesperada frente a um trabalho de parto com vários dias de duração sem perspectiva de sucesso. 

Nos séculos seguintes, muitos cientistas se ocuparam no desenvolvimento desta técnica cirúrgica para transformá-la em uma prática mais frequente nas situações de risco materno-fetal. 

A descoberta da anestesia, dos microorganismos e dos antibióticos nos últimos 160 anos reduziu a mortalidade materna decorrente de partos de evolução complicada e deste ato cirúrgico. 

Hoje, as técnicas são muito seguras desde que sejam realizadas por profissionais adequadamente capacitados (médicos obstetras) e em estruturas hospitalares. 

Temos que lembrar ainda que estes avanços da medicina em geral e da obstetrícia, em particular, têm permitido que mais gestações de risco se estendam até próximo ao tempo normal de evolução com maiores e melhores condições de sobrevivência da criança. 

Dentro desta linha de pensamento, todos os procedimentos que surgiram nos últimos séculos vieram para trazer alternativas a situações onde o parto via vaginal não é possível, com aumento do risco materno-fetal. 

Portanto, não há método ideal; a decisão da melhor via de parto deve levar em consideração as condições da gestante, do feto, da capacitação do médico para um atendimento contínuo da gestante durante o pré-natal e do trabalho de parto, além das condições oferecidas pela estrutura onde vai ocorrer o nascimento (domiciliar, clínicas, casas de parto ou hospitais). 

O bom senso é sempre muito importante em todas as áreas do conhecimento humano. 

Lisete Benzoni, ginecologista