Desenvolvimento cerebral é melhor entre crianças que foram amamentadas
Pesquisa observou que o aumento do volume de uma importante região do cérebro foi maior entre crianças que foram exclusivamente amamentadas em comparação com aquelas alimentadas com leite em pó
Amamentação: Exclusividade do leite materno na alimentação de bebês é melhor para o desenvolvimento cerebral deles, diz estudo (Thinkstock)
Um novo estudo da Universidade Brown, nos Estados Unidos, acrescentou mais evidências de que o aleitamento materno é melhor para o desenvolvimento do cérebro do bebê do que as fórmulas de leite em pó ou até mesmo a sua combinação com a amamentação.
Os autores da pesquisa chegaram a essa conclusão após analisar os exames de imagem do cérebro de crianças saudáveis que foram alimentadas de diferentes formas no início de suas vidas. As conclusões foram publicadas recentemente no periódico NeuroImage.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Breastfeeding and early white matter development: A cross-sectional study
Onde foi divulgada: periódico NeuroImage
Quem fez: Sean Deoni, Douglas Dean III, Irene Piryatinksy, Jonathan O'Muircheartaigh, Nicole Waskiewicz, Katie Lehman, Michelle Han e Holly Dirks
Instituição: Universidade Brown, Estados Unidos, King's College London, Grã-Bretanha
Dados de amostragem: 133 crianças de dez meses a quatro anos de idade
Resultado: Crianças que foram exclusivamente amamentadas pelo menos durante os seus primeiros três meses de vida apresentaram um maior desenvolvimento da massa branca do cérebro, região associada à coordenação motora, linguagem e comunicação. Isso em comparação com crianças alimentadas com fórmula ou com a combinação de fórmula e leite materno. Além disso, quanto maior o tempo durante o qual crianças foram amamentadas, maior o desenvolvimento cerebral.
Os pesquisadores realizaram exames de ressonância magnética para acompanhar o desenvolvimento cerebral de 133 crianças de dez meses a quatro anos de idade que foram, ao menos nos três primeiros meses de vida, exclusivamente alimentadas com leite materno; exclusivamente alimentadas com fórmulas industrializadas; ou alimentadas com uma combinação das duas opções. Nenhuma dessas crianças apresentou problemas neurológicos ou outras complicações ao nascer.
Região fundamental — A equipe avaliou o aumento do volume da massa branca do cérebro, área envolvida no processamento das emoções, atenção, tomada de decisão, coordenação motora, controle cognitivo e comunicação. Para isso, comparou o tamanho dessa região dos participantes mais novos com o dos mais velhos de cada grupo e estabeleceu a trajetória de crescimento da massa branca do cérebro.
Segundo o estudo, quanto maior a prevalência de leite materno e menor a de leite em pó na alimentação dos bebês, maior o crescimento dessa região cerebral. E, de acordo com a pesquisa, esse maior crescimento foi associado a um melhor desempenho das crianças em testes que elas realizaram de desenvolvimento motor, acuidade visual e linguagem.
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Duração — A equipe também concluiu que o aumento do volume da massa branca do cérebro foi maior entre bebês que foram amamentados durante mais de um ano do que entre bebês amamentados por menos tempo.
De acordo com Sean Deoni, coordenador do estudo, outras pesquisas já haviam associado o aleitamento materno a benefícios ao desenvolvimento cerebral do bebê. Mas esses trabalhos avaliaram somente o comportamento das crianças, e não as imagens do cérebro delas, como fez o seu estudo. “Estamos percebendo que a diferença [no volume da massa branca] pode ser de 20% a 30% entre bebês alimentados exclusivamente do leite materno e crianças que não foram amamentadas. Acho que é muito surpreendente que exista tanta diferença tão cedo”, diz Deoni.
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Qual a posição correta em que o bebê deve ficar?
É fundamental que a cabeça, o tronco e o quadril da criança estejam alinhados. A barriga do bebê deve sempre estar voltada para o corpo da mãe e a cabeça, um pouco mais alta do que os pés. "Se o pescoço estiver torto ou virado, o bebê pode engasgar, porque não consegue engolir direito", explica Mônica Pessoto, da Unicamp. A boca da criança deve ainda estar bem aberta, com o lábio inferior virado para baixo e o queixo encostado no peito da mãe.