Parto normal dói muito? Se o cordão umbilical ficar enrolado
no pescoço do bebê preciso fazer cesariana? Essas e outras dúvidas com relação
ao parto povoam a mente de mulheres grávidas – ou que pretendem ter filhos. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que apenas 15% dos nascimentos
sejam cirúrgicos. No entanto, a taxa nacional chega a 40%.
“Medo da dor, receio de não encontrar o médico na hora necessária ou sair durante a madrugada para a maternidade são alguns dos motivos que levam as mulheres a temer o parto normal”, diz Cássio Sartorio, ginecologista e obstetra do Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
Para o ginecologista e obstetra Renato Sá, chefe de ginecologia da maternidade Perinatal Barra, “o mais importante é que o parto seja feito com o máximo de segurança para o bebê e a mãe”. A seguir, os especialistas tiram dúvidas frequentes sobre o parto natural.
“Medo da dor, receio de não encontrar o médico na hora necessária ou sair durante a madrugada para a maternidade são alguns dos motivos que levam as mulheres a temer o parto normal”, diz Cássio Sartorio, ginecologista e obstetra do Centro de Fertilidade da Rede D’Or.
Para o ginecologista e obstetra Renato Sá, chefe de ginecologia da maternidade Perinatal Barra, “o mais importante é que o parto seja feito com o máximo de segurança para o bebê e a mãe”. A seguir, os especialistas tiram dúvidas frequentes sobre o parto natural.
1. Parto normal dói mais do que cesárea
Mito, com restrições. “A dor existe nas duas situações, mas
em momentos e por períodos diferentes. O pós-parto de uma cesariana é bem mais
doloroso. Trata-se de uma cirurgia grande, onde são cortados nervos e diversos
níveis de tecido. Os fios da sutura podem levar até seis ou sete meses para
total absorção, levando a mulher a sentir fisgadas e formigamento na região”,
diz Cássio Sartorio. Renato Sá lembra que a população de mulheres urbanas tem
mais dificuldade para lidar com sensações dolorosas. “Hoje existem técnicas
farmacológicas ou não para aliviar a dor. O simples fato de ter um acompanhante
no momento do parto já traz mais conforto para a mulher”, completa.
2. O corte no períneo, para facilitar a passagem do bebê, não é obrigatório
Verdade. “Chamado de episiotomia, este corte só é feito
quando há indicação específica, já que a recuperação de mulheres submetidas a
este processo tende a ser mais dolorosa”, diz Renato.
3. O parto normal alarga o canal vaginal
Mito. “A vagina é um órgão elástico, preparado para o parto.
Mulheres saudáveis e ativas, que seguem alimentação balanceada, com ingestão de
proteínas, não precisam se preocupar”, diz Cássio.
4. Se o cordão estiver em volta do pescoço do bebê, não poderei ter um parto normal
Mito, com restrições. De acordo com Renato, “essa
constatação existe há apenas 40 anos, quando surgiu a ultrassonografia. Antes
disso, não havia como saber. A verdade é que a taxa de mortalidade intraparto
não diminuiu por causa deste diagnóstico. Além disso, existe uma ‘geleia’
espiralada em volta do cordão que dificulta a asfixia. Ou seja, a própria
natureza criou artifícios para que o bebê não se enforcasse”. Cassio diz que
“quando o cordão dá apenas uma volta no pescoço não há indicação obrigatória
para cesárea. Se durante o trabalho de parto for avaliado que são muitas voltas
e houver desaceleração dos os batimentos do bebê, levando ao que chamamos de
sofrimento fetal, o procedimento cirúrgico pode ser a melhor opção”.
5. Mulheres com quadris estreitos não poderão ter parto normal
Mito. “Geralmente, o bebê se adapta aos diâmetros da bacia.
Mas somente o obstetra, através de exame específico, poderá avaliar a
situação”, ressalta Renato.
6. O retorno às atividades é mais rápido em mulheres submetidas ao parto normal
Verdade. Segundo Renato, “quanto menor a lesão dos tecidos,
mais rápida é a recuperação. Na cesariana há corte de enervação, o que torna a
recuperação mais lenta e dolorosa. Em mulheres que tiveram parto normal, o
retorno às atividades normais costuma acontecer após 45 dias”.